sábado, outubro 01, 2005

Tópico 1 – Conceitos de currículo, cultura e competência cultural

Como o professor apreciou a aula
Relato objectivo

Mesmo antes das 14 horas mais de metade dos estudantes está na sala. Às 14 e 10 só não estão os que não virão ou virão mesmo mais tarde por estarem em aulas (um problema complexo). Ocupo os primeiros quinze minutos a tratar de assuntos relacionados com os endereços de e-mail, de como aceder ao blog, comentar ou inserir um post. Procuro que os estudantes se sentem nos memos lugares: assim, pela planta da sala que fiz, posso ir ligando os nomes às caras. Às 14 e 15 começo a primeira parte da aula: uma exposição minha, apoiada por uma apresentação em PowerPoint, sobe o tópico. Explico que podem sempre interromper e questionar-me. Haverá ao longo da exposição algumas perguntas. Quando se desviaram do tema expliquei que teríamos de deixar a sua continuação para mais tarde. Falo demasiado: descontando o tempo do diálogo terei gasto entre 30 a 40 minutos.

Depois da exposição há um intervalo de 15 minutos – tempo escrupulosamente respeitado por todos. Na segunda parte da aula formam-se oito grupos (por proximidade) que devem procurar, com base na minha exposição, nos quatro pequenos textos fornecidos (três deles na aula anterior), encontrar consenso na formulação do que entendem por currículo, cultura e competência cultural. É-lhes concedida meia hora, que depois estendo a 35 minutos. Terminado esse tempo, a ideia é que cada grupo reporte as suas conclusões e que se tente encontrar as ideias dominantes (que seriam as mais consensuais). O primeiro grupo, porém, apresenta o seu trabalho em gráfico, como um mapa conceptual, e decido rapidamente alterar a proposta inicial e solicitar aos grupos que reajam à proposta desse grupo, comentando, propondo alterações. De um modo geral todos os grupos participaram, quer dando conta das suas conclusões, quer entendendo o meu desafio e propondo alterações. Intervenho sempre que penso que devo esclarecer. O nível de diálogo (no amplo sentido de discussão, não de conversa entre duas pessoas) foi muito elevado. A sessão termina à hora marcada, mas uma estudante comenta” Podíamos continuar a discutir mais uma hora…”

Apreciação subjectiva

Depois de uma primeira aula de apresentações, nesta segunda eu tinha dois pontos a testar: o esquema que me propus seguir, que normalmente funciona bem com turmas pequenas mas que é mais problemático com turmas de 30 e mais estudantes, e a reacção dos estudantes a nível de participação. Tenho sempre um plano mas não sou escravo dele.

Este primeiro tópico da unidade é importante para que seja possível tentar que os conceitos com os quais vamos trabalhar sejam o mais possível comuns; sem deixar de fazer notar que os conceitos estão “embrulhados” em palavras, e que esse é o maior problema na sua descodificação. Penso que a minha exposição foi clara, que as questões levantadas tiveram pertinência. Penso igualmente que os grupos trabalharam bem, com produtos bem acabados (veja-se o post do grupo do Abel, que creio incluía a Alexandra, a Isabel e Liseta). A discussão foi interessante e motivadora.

Agora: é importante sublinhar a importância de clarificar ainda mais o que se deva entender por currículo. Foi muito interessante, perto já do fim da aula, o diálogo com uma estudante (a Marta? A Isabel? ainda não fixei nomes!) para a qual o currículo teria de ser um “documento escrito” (isto é, o “normativo”). Também é: mas o verdadeiro currículo está na escola, é da responsabilidade do(s) professor(es). Ela dizia que isso era muito filosófico – é necessário um esforço para aceitar que assim seja. O professor tem de assumir que é autónomo e que não há ninguém que lhe possa tirar essa autonomia; claro que tem limites, como tudo em sociedade tem limites, e é aceitável que eles existam. Mas no dia a dia, o professor tem de tomar inúmeras decisões pelas quais é responsável; e ao decidir-se por esta e não aquela leitura, por esta ou aquela forma de avaliar, ele está a moldar o currículo dos seus alunos. Os programas, as orientações, são textos, são palavras: é o professor, na aula, que dá vida aos planos e promove as aprendizagens.

Fiquei razoavelmente satisfeito com os meus dois testes. Resta este, em que escrevo: será que desta vez o blog C&C vai ser mesmo um pouquinho diferente dos anteriores, no sentido de haver mais diálogo e portanto mais aprendizagens a partir dele?
Cultura
Competência Cultural
Currículo


A ideia final da sessão da Unidade curricular Currículo e Cultura foi que estes três conceitos estão ligados entre si. O elemento que os liga será a linguagem, verbal ou não verbal, ou seja, os códigos comuns às várias culturas, resultando a inter-culturalidadde como um elemento agregador.
O currículo será tudo o que acontece na Escola, no aspecto social, económico, cultural e regional.
Assim, ele não é só um conceito definidor mas também um receptor de outros conceitos que podem vir da Cultura e da Competência cultural. Esta última poderá ser desenvolvida pelos outros dois conceitos mas não é factor determinante destes. Sendo assim Competência Cultural é o conjunto coerente de comportamentos atitudes e políticas que organizados entre si podem promover o trabalho efectivo em situações inter-culturais, desde que haja códigos que sejam comuns a essas várias culturas.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Um post do Delfim

O currículo é uma viagem, não uma estação de paragem. É um olhar constante pelo que nos rodeia sem nunca deixarmos de ter presente o nosso objectivo ou ponto de chegada, mas esse ponto de chegada é um " interface " para outra aventura, outra nuance , ou seja, para uma reforma do currículo anterior. Assim Cultura não pode ser só uma interpretação popular de algo que é só para dotados mas também não pode ser uma técnica ou um conjunto definido de algo que é comum a todos. A Cultura é o espelho de um povo ( in Delfim Peixoto, Proposta de criação de Escola Superior de Teatro em Braga , 1986,) mas será que nos podemos ver nesse espelho?Realmente o currículo escolar não é igual em todo o lado defendendo eu que o currículo do Algarve não pode ser igual ao do Minho. Tem de haver algo comum, português, mas a riqueza deste currículo será ter também algumas diferenças de lugar e de vivência ( currículo aberto). Será que caminhamos para um currículo europeu para uma cultura global? Ou, por outro lado vamos criar um currículo português que pode incorporar o Espírito Europeu?

quarta-feira, setembro 28, 2005

INFORMAÇÃO GERAL – 01


No passado fim-de-semana enviei uma mensagem por e-mail a todos os estudantes dos quais tinha o endereço (29), solicitando confirmação da recepção. Apenas fui notificado de um endereço eventualmente incorrecto (o do César), pelo que a mensagem não chegou ao destinatário, e recebi nota de recepção de apenas sete estudantes (Cláudia, Inês, Maria Jorge, Abel, António Pacheco, Delfim e Nuno). A todos estes enviei uma segunda mensagem com um texto orientador para passar a fazer parte da equipa do blog e um convite. Até agora, dois estudantes aceitaram e podem começar a participar. Se houve quem recebesse a mensagem e não esteja mencionado acima, por favor informe-me (PODE FAZÊ-LO NO COMENTÁRIO OU SE QUISER ENVIANDO UMA MENSAGEM PARA O MEU ENDEREÇO).